Dieta sem glúten aumenta os riscos de diabetes tipo 2

Pesquisadores descobriram que quem consome menos de 4 gramas de glúten por dia, tem 13% a mais de chances de desenvolver um quadro de diabetes. Até o momento, não há evidências de que dietas restritivas como essa trazem benefícios a longo prazo para a saúde

Um estudo encabeçado pelo pesquisador Geng Zong, da Universidade de Harvard, que acaba de ser divulgado, concluiu que as dietas sem glúten aumentam as chances de desenvolver diabetes do tipo 2. Segundo o cientista, o risco aumenta em 13% quando o consumo diário da substância é menor que 4 gramas.

O plano alimentar, indicado para pessoas celíacas ou com intolerância, virou febre após uma série de famosas defenderem o regime como aliado da perda de peso. Gwyneth Paltrow e Victoria Beckham são duas defensoras. Porém, até o momento, não existe nenhuma comprovação científica de que a restrição à substância, de fato, traz benefícios a longo prazo.

O glúten é uma proteína encontrada no trigo, centeio e cevada. Por isso, está presente principalmente nos mais variados tipos de massa – pão, macarrão e bolo. A cerveja também entra na lista.

“Alimentos sem glúten têm frequentemente menos fibra diabética e outros micronutrientes, tornando-os menos nutritivos, mas muitas vezes mais caros”, explica Zong. “Por isso, pessoas que não são celíacas devem reconsiderar a restrição para prevenir futuramente doenças crônicas.”

O estudo foi realizado com 200 mil participantes. A maioria apresentava uma ingestão de glúten abaixo de 12 gramas por dia. Dentro desta faixa, aqueles que comeram uma maior quantidade da proteína, tiveram menor risco de desenvolver diabetes do tipo 2, durante os 30 anos de acompanhamento. Ao longo do estudo, que durou de 1984 a 1990 e, depois, de 2010 a 2013, foram confirmados quase 16 mil casos de diabéticos.